A Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) e a Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do Rio Grande do Norte (Facex), por meio de um Termo de Cooperação Técnica, iniciam nesta quarta-feira (5), a realização de uma pesquisa que irá analisar o perfil das pessoas adultas em situação de rua na cidade do Natal. “A iniciativa partiu da Facex, que procurou a Semtas com interesse em desenvolver uma pesquisa para contribuir com dados que ajudem a propor ações para a população mais vulnerável”, declara Verônica Dantas, secretária adjunta da Assistência Social da Semtas.

Na tarde de terça-feira (4), as equipes das instituições parceiras, se reuniram para estudo do material de coleta. E nos dias 5 e 7, quarta e sexta-feira, respectivamente, nos turnos manhã, tarde e noite, serão realizadas as coletas de dados pelos educadores sociais dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), pelos alunos bolsistas de iniciação científica e do curso de serviço social da FACEX.

“As equipes irão aplicar um questionário com perguntas abertas e fechadas, direcionadas para população em situação de rua. Nos dias úteis seguintes às coletas realizaremos reuniões para avaliação do processo de coleta, de qualidade do instrumento utilizado e sistematização dos dados”, explica a secretária da Semtas. A partir da terça-feira (11), a coleta de dados continua e será realizada durante 13 dias.

De acordo com Verônica Dantas, o mapeamento da população de rua será realizado nas quatro regiões administrativas da cidade, principalmente nos pontos de maior circulação, de acordo com informações dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS). “A pesquisa vai facilitar os encaminhamentos à rede da assistência social, como o Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Carteira do Idoso, dentre outros”, afirma a secretária adjunta.

Para uma segunda etapa, está sendo pensado a realização de um seminário que envolva o universo da pesquisa, oportunidade para a apresentação dos resultados. “Esta pesquisa também será um momento em que poderão ser discutidos os repertórios de saberes e fazeres de um educador social no município do Natal”, destaca Verônica Dantas.

Saiba mais sobre a pesquisa:

Pela parceria firmada, a Semtas está sendo responsável por dar suporte operacional aos discentes da FACEX que estão na implantação de projetos, a exemplo o transporte para os pesquisadores, que será o mesmo utilizado no Serviço de Abordagem Social (Busca Ativa), nos dias e horários que a equipe estiver na rota do serviço, sem nenhum acréscimo de custo. A secretaria também irá fornecer cursos e capacitações sobre temas ligados aos projetos que serão executados de maneira a implantar as intervenções.

A parceria Semtas/Facex iniciou com a capacitação que sistematizou o processo de implantação do Projeto denominado “Moradores de rua em Natal: Quem são e como vivem?”. O curso “Fundamentos Teóricos Metodológicos de Abordagem Social a População em Situação de Rua” foi constituído de duas partes. A primeira foi de sensibilização e chamou-se “Não estou, sou um Tecelão da Cidadania”, que foi realizada de 31 maio a 6 de junho, na FACEX, com carga horária de 20 horas.

A segunda parte foi formada de instrumentalização com o titulo “Métodos e Técnicas de Pesquisa e Abordagem a População em Situação de Rua” e teve início no dia 5 de setembro e seguiu até o dia 23 de setembro, também na FACEX, com carga horária de 60 horas.

“O curso deu suporte teórico metodológico aos discentes, ajudando-os não só a compreender o universo dos direitos sociais, mas também contribuindo para que eles possam construir estratégias para às pessoas em situação de rua”, afirma Anadir Pessoa, ministrante do curso, pela Semtas.

De acordo com a ministrante, foi elaborado um caderno específico para este curso que foi distribuído entre os discentes. “Todo o material foi criado por uma equipe técnica, que também está dando o curso. O caderno foi trabalhado no sentido da vida e dos direitos humanos como ferramenta de preservação. Estamos preparando os pesquisadores para extrapolar o domínio da técnica. Queremos que eles realizem a coleta de dados com uma ética investigativa”, ressalta Anadir Pessoa.