A Capelinha Nossa Senhora Aparecida, na Rua Guanabara, ficou pequena para receber os moradores do bairro de Mãe Luíza esta semana. E não se tratava de encontro religioso, mas de um evento voltado para a saúde. Foi lá o local escolhido pelos profissionais de Saúde da SMS para a realização do I Encontro de Terapia Comunitária, coordenado pela enfermeira Patrícia Jeanne.
“Esse encontro, que é promovido pela Secretaria Municipal de Saúde por meio da unidade de Aparecida, tem como objetivo principal trabalhar os problemas pessoais dos moradores do bairro e usuários da unidade, como angústia, medo, depressão, entre outros. Não queremos dar respostas para esses problemas e sim ajudá-los a encontrar mecanismos para que eles possam lidar com seus conflitos diários. Através dessa terapia em grupo, queremos unir os participantes, fazendo com que eles possam trocar experiências e participem da vivência do outro, expandindo assim seus conhecimentos e pontos de vista sobre emoções que todos nós sentimos”, destacou a médica Neuma Maria Queiroz.
O evento mudou a rotina do bairro. Mais de 30 pessoas participaram diretamente das atividades, mas outras dezenas passaram pela capela para assistir ou mesmo saber o que estava acontecendo.
A oficina iniciou ao som de música e dinâmica corporal com a enfermeira Patrícia Jeanne, em seguida a médica generalista da Estratégia da Saúde da Família da unidade, Neuma Maria Queiroz, explicou para os participantes o que significava a terapia e como as pessoas poderiam participar para que juntos achassem uma saída para amenizar seus conflitos pessoais.
Muitos dos presentes puderam partilhar experiências como terapia em grupo. Problemas com desemprego, alcoolismo, abandono familiar, depressão, foram alguns dos temas abordados nos depoimentos pessoais.
A médica Neuma Maria Queiroz ainda explicou a importância do que é falar com alguém sobre nossos problemas e o que sentimos.
“Quando não falamos de algo que nos incomoda o corpo fala através de sintomas como dor de cabeça, insônia, gastrite, dores musculares, queda de cabelo, depressão e outros sinais. Por isso a importância de compartilhar com um amigo, um psicólogo ou mesmo em uma terapia como esta, porque aqui as pessoas podem observar que todo mundo passa por problemas e muitos se identificam com o outro e de alguma maneira, seja por depoimento, laços de amizade que vão nascendo ou mesmo a partilha, um ajuda o outro” afirmou.
A proposta dessas terapias é que sejam realizadas quinzenalmente e também outro ponto que foi levado para os moradores, através de dinâmicas, foi a diminuição do uso de medicamentos psicotrópicos, que são drogas que agem no Sistema Nervoso Central (SNC), produzindo alterações de comportamento, humor e cognição, muitas vezes levando à dependência.
“Muitas pessoas vem à unidade com dores de cabeça frequentes, síndrome do pânico e outras questões como essas e quase sempre isto está relacionado ao modo de vida das pessoas. Portanto uma das coisas que queremos trabalhar é a autoestima dessas pessoas”, destacou a diretora da unidade de Aparecida, Maria Gorete de Andrade Batista.