Para prevenir um possível aumento do número de casos de dengue na capital potiguar, a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS) começa 2011 com a organização e execução de um cronograma de ações preventivas e de eliminação de criadouros nos diferentes bairros da cidade, tendo como foco as áreas consideradas de maior risco de epidemias, com base em dados do último Mapa de Vulnerabilidade do município.
Além do seguimento de ações educativas junto à população, como as desenvolvidas pelo projeto “Forças Unidas Contra a Dengue” nos bairros da zona oeste de Natal, iniciadas em outubro de 2010 e que vão até abril deste ano, em que soldados do Exército Brasileiro e da Marinha do Brasil devidamente treinados, através de uma parceria com a SMS, estão visitando residências, para passar informações sobre como evitar a proliferação do mosquito, também será dada continuidade às ações diárias de combate realizadas pelos agentes de saúde, como as visitas de tratamento focal, de controle químico e de investigação de casos.
Um detalhe importante é que, a partir de fevereiro, todos os trabalhos de campo dos agentes de saúde serão realizados em forma de zoneamento, priorizando as áreas consideradas mais vulneráveis, como os bairros da zona oeste, que no último mapa de vulnerabilidade do município, apresentaram a maior incidência de casos da doença e de infestação predial pelo mosquito. De acordo com a gerente técnica do Centro de Controle de Zoonoses, Jeane Oliveira, é a modificação de uma atividade de rotina, que ganha nova operacionalização, para a busca de melhores resultados.
“Este é um trabalho de rotina e que estava sendo aplicado em forma de arrastão, em que as equipes eram espalhas por diversos pontos da cidade, inclusive nos locais que já apresentam uma situação estável. Ao invés disso, em 2011, concentraremos, por um determinado período, todos os recursos nas áreas com maiores números de focos do mosquito, evitando um aumento do número de casos de infecções da doença. No último LIRAa, observamos que existem locais mais críticos e que merecem uma maior atenção inicial. Em Felipe Camarão, por exemplo, observou-se um índice de infestação predial de 3.4, quando o ideal é até 1”, destaca.
Outra iniciativa da SMS na prevenção contra a dengue é que durante os meses de janeiro e fevereiro, profissionais da rede municipal de saúde, caracterizados de mosquito da dengue, percorrerão todas as praias urbanas de Natal, sensibilizando banhistas e turistas sobre os riscos e como evitar a dengue, através de mensagens de prevenção e distribuição de materiais informativos.
Segundo o secretário de saúde do município, Thiago Trindade, a idéia principal é reforçar ainda mais o trabalho de orientação, já que, sem foco, não há mosquito e nem incidência da doença. “É muito importante que todos tenham consciência de que a luta contra a dengue é algo coletivo e que deve ser algo fazer parte rotina de cada morador. Já que não adianta o agente de saúde eliminar um depósito com água e orientar sobre o armazenamento correto do lixo no quintal em uma visita e, no outro dia, serem criados criando novos criadouros do mosquito”, coloca o secretário.
A gerente técnica do CCZ , Jeane Oiliveira, ressalta que a preocupação é com a possibilidade de uma epidemia de dengue em 2011, devido à circulação de um novo sorotipo da doença na cidade, o DEN-1. O que aumentaria consideravelmente os números de notificações de casos. Pois, como a população ainda não está imunizada a ele, tanto quem nunca teve, como quem também já contraiu a doença nos anos anteriores, através do sorotipo DEN-2, podem ser infectadas com a introdução do novo sorotipo.
Um alerta é que, com a introdução do novo sorotipo e a possibilidade de pessoas infectadas por mais de uma vez, também aumentam as chances de os pacientes adquirirem a forma hemorrágica da doença. “Quem já teve dengue uma vez, não importa através de qual sorotipo, tem maior suscetibilidade a desenvolver a forma hemorrágica. Por isso, nos últimos anos já se vem verificando um aumento do número de casos de dengue hemorrágica em relação à clássica na cidade”, explica Jeane Oliveira.