A sede da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) Norte recebeu, nesta terça-feira (19), o segundo momento da capacitação sobre Esporotricose na prática veterinária, ação com foco na atualização em diagnóstico, manejo e prevenção da doença. O dia contou com atividades voltadas para a prática clínica e para o diagnóstico da doença.
Cerca de 30 profissionais de saúde, principalmente os que atuam com a saúde animal, puderam colocar em prática os ensinamentos aprendidos durante a capacitação, acompanhando casos de tutores que procuram a Unidade com possíveis casos da doença em seus animais de estimação. Os grupos examinaram os bichinhos, realizaram técnicas de coleta de material biológico e depois interpretaram os resultados segundo o material coletado. Tudo com a intenção de auxiliar na detecção, controle e tratamento da Esporotricose no município.
Flávio Vidal, médico veterinário da UVZ Natal, pesquisador do IMT e um dos organizadores da capacitação, reforça que os profissionais selecionados para as atividades práticas são os que estão sujeitos ao contato direto com a doença. "Para essa parte prática, selecionamos algumas pessoas que profissionalmente trabalham diretamente nas unidades de vigilância das zoonoses. A partir dela, a intenção é que eles vão poder agir como multiplicadores nas suas regiões e disseminar informações sobre a Esporotricose", diz.
Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal, por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), a capacitação "Esporotricose na prática veterinária: atualização em diagnóstico, manejo e prevenção" aconteceu nos dias 18 e 19 em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte (CRMV-RN), Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Instituto de Medicina Tropical da UFRN (IMT), UVZ de Natal e Fiocruz.
Esporotricose
A Esporotricose é uma zoonose causada por um fungo chamado Sporothrix, presente no meio ambiente, que acomete principalmente gatos, provocando lesões na pele e em outros órgãos. A doença pode ser transmitida para humanos por meio de mordidas, arranhões e lambidas dos felinos nas pessoas.
Nos gatos, um dos principais sintomas é o surgimento de feridas ulceradas com a presença de crosta e secreção, localizadas geralmente nas patas e cabeça dos animais, podendo se espalhar por todo o corpo em casos mais avançados. Outros achados clínicos são a perda de apetite, febre e secreção nasal. Já nas pessoas, um dos principais sintomas são lesões nas mãos, braços, pernas e rostos, que podem começar com um pequeno caroço vermelho; além de feridas que aumentam de tamanho e podem causar nódulos enfileirados (geralmente dolorosos).
Em casos de suspeita da doença em humanos, deve-se procurar uma das quatro unidades de saúde de referência: USF Felipe Camarão II, USF Planície das Mangueiras, UBS Pajuçara e USF Soledade II. Para casos de suspeitas em animais domésticos, deve-se notificar a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) ou procurar uma clínica veterinária.