Nesta terça-feira (18), aconteceu o primeiro dia da capacitação "Esporotricose na prática veterinária: atualização em diagnóstico, manejo e prevenção". O evento, realizado no Auditório do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, reuniu profissionais de saúde, principalmente os de saúde animal, com o objetivo de discutir as atualizações no combate à Esporotricose
Durante o dia, os especialistas discutiram diversos fatores voltados à doença, como novas abordagens para o diagnóstico precoce e formas de tratamento, medidas de prevenção e controle da Esporotricose felina, canina e em humanos, além do panorama da esporotricose no município de Natal e no Estado, indicando também estratégias para a vigilância e o controle da doença nos territórios
“Vários municípios do estado já estão notificando os primeiros casos em animais e humanos, por isso a importância da sensibilização prévia dos profissionais que trabalham na linha de frente, na vigilância e no controle dessa doença, para que eles façam uma abordagem antecipada visando mitigar o aumento do problema", disse Flávio Vidal, médico veterinário da UVZ Natal, pesquisador do IMT e um dos organizadores da capacitação
Responsável por ministrar o módulo "Esporotricose Felina: aspectos clínicos, métodos de diagnóstico e terapêutica", Sandro Antonio Pereira, médico veterinário e um dos representantes da Fiocruz, reforçou o objetivo do momento. “Hoje foi uma atualização sobre a epidemiologia, onde a doença acontece, o agente causal e também sobre os aspectos clínicos, de diagnóstico e do tratamento. É importante que os profissionais estejam capacitados para fazer esse diagnóstico e atuar em caso de um tratamento precoce para evitar a transmissão".
Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Natal, por meio da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), a capacitação acontece nos dias 18 e 19 em parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Rio Grande do Norte (CRMV-RN), Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Instituto de Medicina Tropical da UFRN (IMT), UVZ de Natal e Fiocruz
O segundo momento da capacitação acontece nesta quarta-feira (19), na sede da UVZ Natal, onde serão desenvolvidas atividades práticas para os profissionais, focando principalmente para técnicas de coleta de material biológico e interpretação de possíveis casos, visando auxiliar na detecção e tratamento em tempo hábil e controle da doença fúngica.
Esporotricose
É uma zoonose causada por um fungo chamado Sporothrix, presente no meio ambiente, que acomete principalmente gatos, provocando lesões na pele e em outros órgãos. A doença pode ser transmitida para humanos por meio de mordidas, arranhões e lambidas dos felinos nas pessoas
Nos gatos, um dos principais sintomas é o surgimento de feridas ulceradas com a presença de crosta e secreção, localizadas geralmente nas patas e cabeça dos animais, podendo se espalhar por todo o corpo em casos mais avançados. Outros achados clínicos são a perda de apetite, febre e secreção nasal. Já nas pessoas, um dos principais sintomas são lesões nas mãos, braços, pernas e rostos, que podem começar com um pequeno caroço vermelho; além de feridas que aumentam de tamanho e podem causar nódulos enfileirados (geralmente dolorosos).
Em casos de suspeita da doença em humanos, deve-se procurar uma das quatro unidades de saúde de referência: USF Felipe Camarão II, USF Planície das Mangueiras, UBS Pajuçara e USF Soledade II. Para casos de suspeitas em animais domésticos, deve-se notificar a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) ou procurar uma clínica veterinária.