Um dos grandes desafios da nova secretária de Saúde Ana Tânia Sampaio é a falta de médicos para atender os usuários do SUS nas unidades básicas de saúde. Nesta segunda-feira (11), ela realizou uma visita surpresa à Unidade de Mãe Luíza para ver de perto como estava o atendimento do posto e conversar com a comunidade sobre os serviços.
 
“A idéia é manter essa rotina de visitas aos postos diariamente para ver pessoalmente como está a situação. Assim posso tomar as providências conhecendo de perto os problemas. O desafio é grande, as unidades estão sucateadas, faltam médicos, não há informatização para acelerar os pedidos de medicamentos e marcação de exames e consultas com especialistas. Teremos muito trabalho pela frente,mas tenho fé que vamos conseguir colocar a rede básica para funcionar e atender bem a população”, disse a secretária Ana Tânia.
 
As visitas da secretária às unidades serão surpresa. Ela explica que quer ver como funciona realmente o serviço, se os profissionais estão cumprindo os horários e se a população está sendo bem recebida. “Vamos começar mudando a forma de tratar o usuário que na verdade é um cliente do SUS e não paciente. Paciente passa a idéia que o usuário tem que ter paciência para ser atendido e na verdade o que queremos é dar qualidade a esse atendimento”, ressaltou.
 
A secretária conversou com vários moradores que foram ao posto em
busca de atendimento, medicamentos ou marcação de exames. Ana Tânia falou sobre seus planos para a saúde de Natal e ouviu relatos sobre a situação dos atendimentos nos últimos anos. 
 
A secretária irá à Brasília nesta quarta-feira (13) para uma audiência com a prefeita Micarla de Sousa e o ministro José Gomes Temporão para pedir mais recursos e investimentos para o SUS no município. Ana Tânia pretende, entre outras ações, melhorar as condições de trabalho e remuneração dos profissionais, um dos entraves para contratação de médicos, por exemplo.
 
Desde janeiro a SMS está com processo seletivo aberto para a contratação de pediatras, clínicos e ginecologistas e obstetras, mas o salário de R$ 4 mil não está atraindo a categoria. Por isso, as unidades continuam com dificuldades para fechar as escalas de plantão. "Vamos lutar para que a lei do SUS seja cumprida pedindo a dedicação exclusiva dos profissionais, com a contrapartida de salários dignos", explicou a secretária.