Mau cheiro, moscas, muita lama e lodo pela calçada. Os moradores do conjunto Santarém, no bairro do Potengi, zona Norte da capital há dez anos convivem com a água servida jogada na avenida Itapetinga pelo presídio provisório Professor Raimundo Nonato. Na manhã desta quinta-feira (25) de março, a secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo esteve no local para realizar o tamponamento do local e acabar com o problema.

A lama se espalhava por toda a via e dificultava inclusive o passeio público, obrigando os pedestres a caminhar pela pista para evitar o contato com a água suja. Segundo o fiscal ambiental da Semurb, Heitor Lima, o presídio tem sumidouros e fossas para armazenar os efluentes, no entanto, as que existem hoje não comportam o volume produzido, que acaba por extravasar para a rua, explica.

Os moradores efetuaram a denúncia junto à Semurb que enviou uma equipe de fiscalização ao local no início de fevereiro, quando foi entregue o auto de infração que determinava um prazo de 72 horas para que o lançamento dos dejetos fosse suspenso. No entanto, a Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado(Sejuc) apresentou defesa onde se comprometeu a enviar regularmente caminhões limpa-fossa ao local para esvaziar as galerias do presídio.

Como não foi feito nenhuma ação e o problema persistia, o tamponamento foi realizado para vedar a tubulação que esta jogando esgoto na rede de drenagem, destinada a coleta de água das chuvas. No local, a água servida estava penetrando nestas calhas de drenagem da Avenida Itapetinga e levando a água da chuva para as lagoas de captação de Santarém e Loteamento José Sarney.

De acordo com o presidente do Conselho Comunitário do Conjunto Santarém, Edson Barbosa, uma ação civil pública foi movida pelos moradores, cuja sentença determinava que a situação fosse resolvida até 31 de janeiro deste ano, mas o Estado recorreu. “Fomos ate a Semurb, apesar do problema ser responsabilidade do Estado, mas esta era uma forma de pressionar para que ele fosse resolvido”, diz.

Já a moradora, Adriana Macelino que mora nas proximidades do presídio diz que “todos os dias é um rio de lama na avenida e que em certas horas do dia o fedor é insuportável”, afirma.

O despejo de água servida em vai pública e as ligações clandestinas de esgoto na rede de drenagem são crimes ambientais e contribuem para poluir o meio ambiente e provocar danos a saúde da população. A ação teve o apoio da equipe de operações da secretaria municipal de Obras Publicas e Infraestrutura (Semopi). As denuncias devem ser encaminhadas pelo telefone 156.