A quebra do ciclo da violência contra a mulher é a base para os novos rumos das diretrizes das políticas públicas para mulheres de Natal. A realização de cursos de qualificação profissional e a intermediação de mão de obra, por exemplo, são apenas algumas das iniciativas da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) que tem contribuído para a conquista da autonomia financeira e emocional da mulher vítima de violência, abrindo oportunidades e criando condições justas de inserção no mercado de trabalho.
"Estamos investindo na autonomia da mulher vítima de violência. Sabemos que com a independência financeira a mulher se liberta não só economicamente mas também consegue ter através do emprego, auto-estima elevada, liberdade de escolha e de condição de vida, e com isso fica mais fácil romper com os maus tratos", explica a gestora da Semtas, Rosy de Sousa.
De acordo com informações do Departamento de Qualificação Profissional (DQP), somente de janeiro até outubro deste ano, houve a intermediação de mão de obra de 644 pessoas, sendo 298 mulheres. No mesmo período, foram qualificadas 496 mulheres dentre os 1.150 alunos que passaram pelos Centros Públicos. Cursos de auxiliar administrativo, produtor de beleza, operador de micro, garçom e garçonete, auxiliar de contabilidade, manicure, gestão de negócios e idiomas vem sendo oferecidos à população nos turnos da manhã, tarde e noite.
Outros 625 alunos, dentre os quais 406 mulheres, estão atualmente em uma das 26 salas de aula se preparando para o mercado de trabalho. Agora, o leque de cursos oferecidos é ainda maior – são mais de 15 cursos qualificantes, que vão além da técnica ao oferecer aos seus alunos um módulo diferenciado de habilidades básicas, onde as relações interpessoais, comunicação, cidadania, educação ambiental, saúde, segurança, marketing e gestão do negócio são abordados.
Para continuar a aproximar os serviços que a Semtas presta junto às comunidades e se adequar à realidade de cada uma delas, também estão sendo realizados cursos de qualificação dentro das comunidades. Os 31 cursos realizados até então já beneficiaram 826 mulheres. Clubes, associações de moradores e as unidades do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) são alguns dos locais que abrigam atualmente cursos variados e 24 turmas distribuídas em 17 comunidades, totalizando 600 alunos em sala da aula.
De acordo com a secretária adjunta de Integração Social, Josy Pontes, a independência da mulher é fator determinante no combate à violência doméstica. “Alguém segura de si, com condições de sustentar a si mesma e a sua família, não precisa se sujeitar a nenhum tipo de violência. Ciente dos seus direitos e bem estruturada financeiramente, a mulher independente deixa a sua condição de vítima. Muitas mulheres suportam a violência caladas porque acham que não tem pra onde ir”, destaca a secretária.
O comércio justo e o cooperativismo também são alguns dos pilares que sustentam as ações voltadas para o trabalho e combate à violência contra a mulher, desenvolvidas pela Semtas. O Programa Economia Solidária (Ecosol), por exemplo, conta atualmente com 10 grupos produtivos formados por 300 mulheres, incentivando e estimulando-os para o exercimento de uma atividade coletiva autogestionária. Além disso, o Ecosol firmou parceria com o Sebrae, beneficiando 88 mulheres através da capacitação oferecida pela instituição.