Capacitar funcionários do município, estado e de outras instituições afins para o desenvolvimento de um trabalho de conhecimento do impacto da Copa do Mundo em Natal com relação à emissão de gases do efeito estufa. Esse é o objetivo da oficina temática que está sendo realizada durante todo o dia desta quinta e sexta-feira (dias 24 e 25) no auditório da Procuradoria Geral do Estado. A promoção é uma ação conjunta entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e Ministério do Meio Ambiente.
Com o título “Oficina de Capacitação em Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa e Estratégia de Gestão da Copa do Mundo FIFA 2014”, o evento trouxe para Natal os consultores do PNUMA, Roberto Strumpf e Paulo Zanardi Júnior, e do Ministério do Meio Ambiente, Christianne Maroun. A oficina ocorre no âmbito do Núcleo Temático Nacional de Mudança do Clima (NTMC), dentro da Câmara Temática de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CTMAS) da Copa, instância de governança local.
“A expectativa é de que todos saiam daqui já com uma visão de como gerenciar adequadamente os gases do efeito estufa e seus processos para redução das emissões relativas à copa”, disse Christianne Maroun. Segundo ela, ao nível de Rio Grande do Norte, entram as obras em relação à copa, gestão dos resíduos sólidos nos estádios (arenas), uso da energia e transporte de espectadores e participantes em geral. “Vamos trabalhar todos esses processos para emitir menos gases estufa e o Brasil ser um exemplo para o mundo, essa é a idéia do projeto”, esclareceu a consultora do Ministério do Meio Ambiente.
De acordo com ela, a oficina representa um evento acolhido pela CTMAS sendo direcionado a várias instituições do estado e do município para que elas sejam treinadas em Gestão de Gases Estufa (GEE), principalmente voltados para a copa do mundo. “Para que a gente possa gerir bem essas emissões nos processos do referido evento esportivo”, frisou a consultora. Nesse processo, informou, ainda, estão incluídos as arenas, aeroportos, infraestrutura, hotéis e eventos paralelos, entre outros.
Nesta quinta-feira, 24, a oficina contou com temas sobre a ciência e a política do clima, inventários de emissões da GEE, dinâmica de grupo e resultados da dinâmica. O consultor do PNUMA, Roberto Strumpf, salientou que, depois de 1964, o Brasil está sendo agraciado com a copa do mundo, um dos maiores eventos esportivo do mundo. “Desde o ano de 2006, com a copa da Alemanha, que a FIFA vem desenvolvendo um programa de sustentabilidade das copas. Um dos pilares desse programa é estimar o impacto climático do evento e buscar medidas para reduzi-lo. Essa é uma excelente oportunidade para sensibilizar e dar um exemplo ao mundo, além de deixar um legado para o país”.
Segundo Roberto Strumpf, o “Projeto GEE nas copas” tem por objetivo promover a perspectiva de mudança do clima no evento por meio da sensibilização, mensuração, reporte e gestão. Entre os pontos abordados por ele, está o fortalecimento da capacidade dos estados/cidades sede na formulação de políticas públicas relativas à mudança de clima; atividades humanas que resultam na emissão dos GEE; produção de gases que afetam a atmosfera global; emissões de CO2 e as mudanças climáticas; evolução mundial da emissão de gases; projeções do Impacto das Mudanças Climáticas (IPCC); conseqüências de mudanças climáticas; e importância econômica da ciência do clima.
Dentro da sua explanação, o consultou lembrou que o efeito estufa é um fenômeno natural necessário a manutenção da vida no planeta. Para ele, esse efeito tornou-se um problema devido ao aumento das emissões, de origem antrópica, nos últimos dois séculos e o aumento da concentração dos referidos gases causará mudanças climáticas de grande impacto. “O maior problema é a escala do tempo em que estas mudanças estão ocorrendo”, concluiu.