Tendo como tema principal “Diversos Somos Todos - Diversidade na perspectiva da Inclusão Social”, o 9º Encontro com Gestores da Secretaria Municipal de Educação (SME) que ocorreu na manhã da quarta-feira, 14 de outubro, contou, além das palestras usuais com relatos de professores sobre experiências vividas em sala de aula e apresentação de música e dança dos alunos da rede municipal de ensino. Na ocasião também, o professor e escritor Amaro Franca, diretor do Colégio Marista São Marcelino, em Recife (PE) realizou uma manhã de autógrafos, doando aos participantes seu livro Interlocuções – Reflexões sobre a vida.

De acordo com a secretária adjunta de Gestão Pedagógica, Tânia Leiros, a reunião com os gestores objetiva, principalmente, que as escolas compartilhem umas com as outras atividades, projetos e experiências exitosas. “O que dá certo seja na área cultural, esportiva, pedagógica, deve ser compartilhada com os demais”, disse ela.

Foi o que a arte-educadora e pedagoga, Dalvanira Sousa de Melo fez. Ela falou sobre a Oficina “Musicênica” que ela vem desenvolvendo na Escola Municipal João XXIII, no Alecrim. Os alunos interessados fazem a oficina no horário diferente do que estudam. Funcionários da escola e pessoas da comunidade também podem participar. “Certamente, as aulas de música e teatro ajudam no desenvolvimento desses alunos como um todo. Trabalhamos com questões que passam pela criatividade e disciplina”, explicou ela.

Sanches Augusto Araújo de Paiva, 13, estudante do 8º ano, e Iury Andrei Soares da Silva, 12, do 7º ano, foram dois alunos das oficinas que fizeram uma apresentação de flauta doce, numa demonstração do que essas aulas podem ser capazes. E não significa apenas desenvoltura em manusear um instrumento musical. Ambos querem ir além: “Eu quero estudar violino. Vou me formar em música”, disse o mais novo, acrescentando que gostou da experiência de tocar para uma platéia de gestores. Já Sanches também tem seus sonhos e disse que está pensando em procurar grupos como a Casa Talento (que ensina música para crianças e adolescentes) para continuar seus estudos com a música. “Fiquei um pouco nervoso. Mas já havia me apresentado antes e também já fui a um concerto”, disse.

Os gestores também ficaram bastante impressionados com as apresentações de Ginástica Rítmica da Escola Municipal Juvenal Lamartine, com as alunas do Mais Educação, sob a coordenação de Gilberto Pereira Lima e também aulas da professora Andréia Taysa Negro Monte. Foram duas turmas de alunas, cuja apresentação arrancou aplausos antes mesmo do final.

Tema Principal
Para falar sobre Diversidade na perspectiva da inclusão dentro do ambiente escolar, foram convidadas as professoras Kátia Maria Pereira e Maria do Céo, do Departamento de Ensino Fundamental (DEF) e o professor Jerônimo Viana, da Escola Municipal Mário Lira. As duas primeiras dividiram-se, respectivamente, em tratar os conceitos e a legislação específica através da Lei 10.639/2003 que trata da Diversidade Étnico Racial e a inclusão de disciplinas com História e Cultura da Arte tanto brasileira quanto africana nas salas de aula.

Para Kátia Pereira a “escola é um espaço de formação dos sujeitos”, daí a importância de se discutir a diversidade, desconstruindo mitos como o índio é preguiçoso, o negro é inferior, o homossexual é um doente, a mulher é fraca, entre outros equívocos. “A perspectiva da inclusão pretende mostrar que todos nós somos diferentes, diversos. E que a segregação não contempla essa diversidade. É fundamental que no ambiente escolar possamos ter um novo olhar para nossa formação, nossa aprendizagem e nossa prática educativa, seja enquanto gestores ou professores”, disse Kátia Pereira.