Os integrantes da Gestão Municipal dos Bairros de Lisboa (Gebalis), que participaram da Semana de Lisboa em Natal, visitaram na manhã desta terça-feira (21), as obras de reurbanização da Comunidade da África, na zona Norte de Natal. O grupo trocou experiências com a secretária Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) Rosy de Sousa e sua equipe entre o trabalho desenvolvido em Portugal e o que é feito na capital potiguar pela Prefeitura para a erradicação de favelas. 

A comitiva esteve no ponto mais alto da comunidade da África, onde será construído um reservatório. Em seguida, conheceram as obras que estão em andamento no centro da comunidade, onde será construída uma área de lazer e de comércio, gerando renda e entretenimento para a população local. 

“A Gebalis erradicou as favelas de Lisboa há quase 10 anos, e vieram conhecer os projetos que estamos fazendo. É uma troca de experiências. Estamos estudando também a possibilidade de que alguns de nossos técnicos, não apenas da Semtas mas também de outras áreas, visitem Portugal para conhecer o que foi feito lá e trazer boas idéias”, revelou Rosy de Sousa. 

Para o presidente da Gebalis, Luis Natal, a realidade entre as favelas que existiam em Lisboa e as comunidades potiguares “é muito diferente”. “Em Portugal a situação era muito mais grave, as favelas eram mais densas. Precisamos aproveitar o próprio espaço das favelas para reorganizar o local”, explicou. Depois da passagem pela Comunidade da África, o grupo visitou as instalações do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), em Cidade Nova. 

Na tarde dessa segunda-feira (20), a titular da Semtas esteve reunida com os representantes Gebalis e recebeu dos gestores lisboetaso compromisso de contribuição para a incorporação do seu conhecimento nas ações da construção de um bairro social, que funcionará com os beneficiados do Programa “Minha Casa, Minha Vida”.  

A Gebalis foi fundada em 1995 e extinguiu as favelas lisboetas em 2000. O objetivo do grupo é atender as famílias de poucos recursos que pagam cerca de 50 euros pelo aluguel do imóvel, o que corresponde a aproximadamente 10% do salário mínimo da capital portuguesa. Atualmente, são 24 mil habitações distribuídas em Lisboa.

O Projeto África Viva foi iniciado há dois anos, mas esteve paralisado por cerca de 10 meses, até ser retomado pela atual gestão municipal. A obra é uma parceria do governo federal com a Prefeitura e deverá consumir aproximadamente R$ 12 milhões dos cofres públicos. Segundo o Chefe de Implantação de Projetos da Secretaria de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe), engenheiro Oswaldo da Costa, que também participou da visita, a expectativa é que tudo esteja concluído até julho de 2010. 

Além da drenagem e pavimentação das ruas, do esgotamento sanitário e da ampliação do sistema de abastecimento de água, 200 novas residências populares e 200 unidades sanitárias serão construídas, 100 casas reformadas e uma praça, com área de lazer e comercial será entregue a população.