Até a próxima quinta-feira (12), a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes) enviará para o Ministério da Integração Nacional, em Brasília, um relatório com dados técnicos para o reconhecimento da situação de emergência na capital potiguar, decorrente dos danos provocados pelas fortes chuvas deste ano.
Representantes das secretarias municipais que estão elaborando o relatário reuniram-se na tarde desta segunda-feira (9) na sede da Semdes, na Cidade Alta. Entre os assuntos discutidos, a Avaliação de Danos (Avadan) a ser enviada para Brasília. “Estamos descrevendo quais as áreas mais críticas da cidade e os danos causados, como alagamentos, casas em situação de risco, se já tiveram desabamento, entre outros pontos”, informou a secretária adjunta da Semdes, Ana Cláudia Bezerra Barros.
Estimativas
Neste trabalho, também serão levantadas estimativas de número de pessoas desalojadas, desabrigadas ou deslocadas, número de edificações danificadas ou destruídas, se são residenciais, públicas, comunitárias ou privadas.
Também serão identificados se ocorreram danos em serviços essenciais como abastecimento de água, energia elétrica, em prédios onde funcionam hospitais, escolas, em vias públicas como ruas e avenidas e que impeçam o fluxo de veículos e pedestres. “O relatório terá um diagnóstico geral da situação provocada pelas chuvas deste ano em Natal”, informou Cláudia Bezerra.
Todos estes dados estão sendo levantados depois da publicação, no Diário Oficial do Município, na última sexta-feira (6), do Decreto n◦ 9.381, que declara em situação anormal, caracterizada como situação de emergência, o município de Natal. Ainda segundo o decreto, a declaração se deve ao elevado índice pluviométrico registrado nos primeiros dias deste mês de maio, alcançando 110 milímetros, e nos dias 13 e 14 de abril passados, que alcançou quase 120 milímetros.
Além disso, as chuvas registradas a partir do mês de janeiro alcançaram 326,1 milímetros, índice três vezes superior à média registrada no ano de 2010, perfazendo um acumulado superior a mil milímetros d’água.
“Caso a situação de emergência seja reconhecida pelo Governo Federal, faremos os levantamentos necessários para saber o que será preciso executar para solucionar os problemas causados pelas chuvas”, informou a secretária adjunta Cláudia Bezerra.
Danos
De acordo com os dados das Semdes, mais de 500 pessoas encontram-se em estado de risco em diversos bairros. Destas, três famílias foram removidas de suas residências localizadas em Mãe Luiza, Vale Dourado e Lagoa Nova, contabilizando 13 pessoas diretamente afetadas e várias outras envolvidas.
Atualmente, a Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) tem cadastrado 107 pontos de riscos, espalhados nas quatro regiões administrativas de Natal, dentre os quais, considerados de maior vulnerabilidade, Felipe Camarão, Cidade Nova, Nova Cidade e Planalto (zona Oeste), Nossa Senhora da Apresentação, Parque Floresta, Brasil Novo, Parque das Dunas, (zona Norte), comunidade do Jacó, Mãe Luiza e Passo da Pátria (zona Leste), Morro Branco (final da rua da Torre), Lagoinha e no trecho da Vila de Ponta Negra (zona Sul).
A Semdes também tem registrado os pontos de alagamentos mais graves na cidade, como Candelária, Neópolis, Brasília Teimosa, Felipe Camarão, Guarapes, Planalto, Cidade da Esperança e trechos de Lagoa Nova, trechos da av. Moema Tinoco na Região Norte e da av. Capitão Mor Gouveia na Região Oeste e av. da Integração.
Fazem parte das frentes de trabalho que estão organizando o relatório e a coleta de dados, além da Semdes, as secretarias Municipais de Saúde, Obras Públicas e Infraestrutura (Semopi), de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe), Serviços Urbanos (Semsur), Mobilidade Urbana (Semob), Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e Trabalho e Assistência Social (Semtas).