Gari de Natal vence 2ª Corrida do Comerciário


Gari de Natal vence 2ª Corrida do Comerciário

O Agente Ambiental de Limpeza, Claudio Germano Filho, 31, foi o vencedor da 2ª Corrida do Comerciário, promovida pelo Sistema Fecomércio, neste domingo (1) em Natal. Cláudio venceu a prova do percurso de 10km, ocorrida no bairro de Petrópolis.

Mais conhecido como Galego da Urbana, Cláudio Germano é deficiente auditivo de nascença e sempre correu na categoria dos para-atletas. Mas, por conta própria está mudando de categoria e disputando entre os corredores da categoria normal. “Eu me sinto uma pessoa sem deficiência, sou o 9º no ranking normal, da elite, e sou o 3º melhor do mundo na categoria dos deficientes auditivos”, explica, orgulhoso.

Casado, pai de três filhos, morador do bairro de Mãe Luiza e corredor desde 2001, Cláudio coleciona mais de 120 troféus disputados em Natal, no interior do RN e em vários Estados brasileiros. Cláudio orgulha-se da família que constituiu e do emprego como gari. Mas, segundo ele, o que mais o emociona é participar das corridas. Quem passa pela Via Costeira entre as 15h e 17h, costuma vê-lo treinando de domingo a domingo. “Trabalho de manhã e treino à tarde. Eu gosto muito da minha vida, do que faço, do meu emprego, da minha família. Nunca faltei ao trabalho sem motivo e nunca apresentei atestado”, diz.

Porém, tem uma coisa que deixa Germano triste: A falta de interesse do filho pelo esporte preferido do pai. A esposa e as duas filhas sempre o acompanham quando podem e torcem por ele durante as corridas. “Meu filho não gosta de esporte nenhum. Consegui um emprego para ele não ficar na rua de dia e vai pra escola à noite. Chego com o troféu em casa e ele nem olha. Pelo menos estuda e não está na rua fazendo o que não presta”, resigna-se o pai/atleta.

Nem tudo é fácil na vida do atleta Cláudio Germano Filho. Com um salário de R$600,00 que recebe numa empresa prestadora de serviços à Prefeitura do Natal, ele sustenta a família e paga R$200,00 de aluguel numa casa em Mãe Luiza. “Com o que recebo em prêmio, faço as inscrições e compro as passagens para participar.

O par de tênis vermelho com o solado gasto, que usa para trabalhar e treinar, é o mesmo que usa para correr. “Não tenho como comprar outro e dependo de doações. Esse já está gasto aqui do lado”, mostra.

Por causa da deficiência auditiva, Cláudio enfrenta outra dificuldade: O aparelho que usa para melhorar a audição está quebrado e custa R$400,00 para consertar. “Não consigo outro e não posso pagar o conserto”, diz ele, que usa a técnica de virar a cabeça para ouvir melhor e faz leitura labial.

Mas, nada disso desanima esse corredor fanático e orgulhoso do que faz. Ele já se prepara para participar de uma corrida em Natal, que acontecerá este mês e depois viaja para São Paulo, onde participará de outra corrida em junho próximo.

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