A Escola Municipal Professora Vera Lúcia Soares Barros, situada no bairro Pajuçara, organizou nesta quarta-feira (23) uma formação em habilidades socioemocionais ministrada pelas assessoras pedagógicas, Mona Lisa Dantas, Vivian Rodrigues e Kátia Dantas, do Departamento de Ensino Fundamental. A palestra aconteceu na própria escola para professores, coordenadores e gestores, como parte da Semana Pedagógica 2022 da unidade de ensino.
Segundo a assessora pedagógica da SME-Natal, Mona Lisa Dantas de Melo Lula, a formação tem o objetivo de melhorar a comunicação entre professor e aluno, usando o autoconhecimento como base para a compreensão do próximo. “Estamos fazendo um trabalho em habilidade socioemocional para o professor, para auxiliar eles a saberem como lidar com as crianças, com os conflitos, sem grito, castigo, punição, sem recompensa, sem elogio. Mas, sabemos que o professor não pode fazer isso se ele não tiver autoconhecimento. Então, procuramos fazer um trabalho de duas vias, um trabalho de habilidade socioemocional voltado para o professor e para o aluno”, explicou Mona Lisa Dantas.
A gestora administrativa Sandra Mara Mendes de Campos Paula relatou que esse trabalho já virou rotina na escola, e o assunto é trabalhado no dia a dia para estar cada vez mais enraizado na instituição. “Nós já acreditamos nesse trabalho de disciplina positiva, de habilidades socioemocionais na unidade de ensino. A escola já está vivenciando isso, então, quando vemos isso no dia a dia, nós conseguimos observar o tratamento com as crianças e com os colegas de trabalho. Não é um projeto que entra na escola e vai embora, é uma mudança de paradigmas, de pensamento, uma mudança na forma de entender o outro, de ver o outro e de se ver. Estamos tomando providências para que isso não se perca ao longo do tempo, implementando a comunicação não-violenta como projeto político-pedagógico da escola, para isso continuar sendo uma filosofia na escola mesmo com as mudanças de gestão”.
A professora Miriam Arnoud Lima, contou um exemplo de quando colocou a comunicação não-violenta em prática com um de seus alunos. “A disciplina positiva me inspira a superar meu próprio jeito, de ser impositiva, autoritária, características que eu tenho, então a disciplina positiva me ajudou a conseguir trocar a atitude de julgar e punir o aluno, por atitudes positivas que façam com que ele descubra ou ele reconheça que a atitude dele poderia diferir, diante de determinada situação”, refletiu.
Miriam Arnoud também exemplificou outra situação. “Um exemplo de uma situação que aconteceu esses dias, onde um aluno faltou aula para socorrer uma amiga e não voltou para a escola em seguida, correndo risco nas ruas. No dia seguinte, antes de chegar em sala de aula, eu procurei a coordenação buscando orientações sobre que categoria de atitude eu poderia tomar. Eu chamei o aluno em particular e conversei com ele, antes da disciplina positiva eu teria trazido o exemplo para sala de aula, sem querer, eu poderia até ter humilhado ou travado e bloqueado o aluno. Então, colocando em prática a disciplina positiva, tentei compreendê-lo, fazendo com que ele refletisse e agisse de forma diferente”, declarou a professora.