Com respeito e consciência política, os alunos do Ensino Fundamental da Escola Municipal Juvenal Lamartine foram à urna nesta quinta-feira (04). O pleito fez parte do projeto “Eleições Presidenciais – da História à prática”, desenvolvido pelo professor de História da unidade de ensino, Nadson Gutemberg, como forma de incluir os alunos no processo eleitoral brasileiro, despertando para a cidadania.

 

O projeto começou nas aulas expositivas, nas quais o professor abordou a história das eleições no Brasil, promovendo reflexão entre os estudantes. O professor conta que o tema despertava o interesse dos alunos. “Eles sempre diziam: professor, a gente tem vontade votar, mas não pode. Se eu fosse candidato, faria ‘isso e aquilo’”, conta Gutemberg.

 

Em seguida, veio a seleção dos candidatos. Foram escolhidos os alunos Elvis Lira, do 6º ano; Leydson Batista, do 7º ano; Érika Yasmin dos Santos, do 8º ano e Pedro Henrique Soares, do 9º ano. A partir de então, teve início a criação das propostas. “Deixamos eles livres para terem suas ideias e percebermos quais seriam as propostas das faixas etárias e níveis escolares diferentes”, afirma o docente.

 

Finalizada essa tapa, foi a hora do “Horário Colegial Gratuito”, que permitiu aos postulantes visitar as turmas para expor suas ideias. Para isso, os jovens também contaram com um blog e tiveram a liberdade para desenvolver seu próprio marketing, criando cartazes, “santinhos” e o que a imaginação permitisse.

 

Érika Yasmin, de 14 anos, criou o partido “Atuação Estudantil” e conta que decidiu ser candidata porque se identificou com o projeto e porque gosta de trabalhar o diálogo e se envolver em atividades da escola. A estudante foi líder de turma por dois anos e atualmente é titular do Conselho Escolar. “É muito interessante esse projeto porque a gente vai votar no futuro e muitos alunos ainda não tem noção de como funciona. Então aqui eles podem a aprender a votar consciente e da maneira certa”, afirma.

 

Por volta das 14:30 teve início a votação. Cerca de 200 compareceram à seção eleitoral da escola, guardada por fiscais, para registrar suas escolhas na urna. Enquanto a contagem dos votos era realizada, os estudantes aguardavam ansiosos pelo resultado do processo que acompanharam por duas semanas.

 

Para Francisco de Assis Coutinho, do 9º ano, o projeto é um bom exercício para a escolha dos governantes. “Foi uma atividade muito interessante. Eram muito boas as propostas apresentadas”, conta.

 

Finalizada a apuração da urna, o docente Nadson Gutemberg anunciou à comunidade o representante escolhido. Com 80 votos, Elvis Lira, do partido “Democracia Estudantil”, foi empossado e recebeu sua faixa presidencial.

 

Na ocasião, alunos e professores entoaram o Hino Nacional e ouviram o discurso do jovem eleito: “Obrigado a todos que acreditaram em mim. Estou muito feliz de ter ganhado e estar aqui falando para vocês. Eu gosto muito desta escola porque ela dá impulso para o aluno conseguir seguir em frente e conquistar o que ele quer para o futuro. Obrigado a todos, mesmo... palmas para vocês!”.

 

O professor Gutemberg comemora a receptividade à simulação: “Os alunos receberam a atividade muito bem. Lógico que existiu um pouco de competitividade, o que é natural, alguns defendem o colega, outros defendem propostas, outros defendem partidos. Mas deu certo. A escola toda abraçou a ideia”.