Cerca de 14 condutores do Samu Natal participam durante toda esta semana do primeiro curso de formação de motociclistas para atuarem no atendimento às emergências em motolâncias. Divididos em duas turmas, os servidores participam de aulas teóricas e práticas sobre pilotagem defensiva, legislação básica, inspeções diárias, postura do motociclista, uso de equipamentos obrigatórios e acidentes. O curso é uma exigência do Ministério da Saúde para que os técnicos de enfermagem possam pilotar as motocicletas do Samu, mais conhecidas como “motolâncias”. 

O curso é ministrado por inspetores da Polícia Rodoviária Federal. Além das aulas teóricas e práticas, os condutores passarão também por um Teste de Aptidão Física (TAF), que está sendo realizado nessa quarta feira desde às 7h da manhã na pista de atletismo do  Caic de Lagoa Nova.  O teste tem o objetivo de avaliar o condicionamento físico dos condutores.  “Dessa forma, podemos estar preparados para o atendimento nas ruas, em dunas ou lugares hostis”, afirma Rodrigo Lemos, Supervisor do Samu Natal.

O teste será composto por três provas: uma corrida de 1.810m para homens e 1.501 m para mulheres, a ser realizada em no máximo 12 minutos; 20 abdominais para homens e 11 para mulheres; e apoio (flexão e extensão dos membros superiores no solo) sendo 10 para homens e seis para mulheres.

A prova é classificatória e eliminatória, ou seja, só quem participar da etapa estará apto a pilotar as “motolâncias”.  Rodrigo Lemos lembra que o TAF é uma exigência do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, e não do Samu. Essa é a primeira vez que o curso de formação de motociclista é realizado no Rio Grande do Norte. 

Motolâncias

Em funcionamento há um ano em Natal, a introdução das motos no sistema de urgência e emergência é uma iniciativa do Ministério da Saúde, com o objetivo de diminuir o tempo resposta de chegada às ocorrências.  Segundo os profissionais, a medida é eficiente e, em muitos casos, faz a diferença na hora de salvar vidas.  “Enquanto as ambulâncias têm um tempo resposta de seis minutos em média, as motos chegam às ocorrências na metade desse tempo”, afirma Rodrigo Lemos.

As motos são utilizadas em casos de maior gravidade, como traumas, paradas cardiorrespiratórias, acidentes e ocorrências com armas de fogo.  O ideal é que as motos (sempre em duplas) cheguem antes das ambulâncias às ocorrências, por isso, elas possuem todos os equipamentos de uma unidade de suporte básico, como oxigênio, material para ventilação, medicação e imobilização. 

“Quando chegam ao local, os condutores das motos realizam os primeiros atendimentos.  Se necessário, as ambulâncias de suporte básico ou avançado são acionadas para encaminhar o paciente a um pronto socorro”, explica Rodrigo Lemos.  Nos casos mais simples, as ocorrências são resolvidas pelos próprios condutores das motos.

O Samu Natal possui hoje quatro motos em funcionamento, localizadas em pontos estratégicos da cidade:  duas na Av. Bernardo Vieira, e duas na zona Norte.  A expectativa é que Natal receba outras “motolâncias” até o final do ano.