Cerca de 40 professores do Ensino Religioso da Rede Pública de Natal participaram durante toda esta segunda-feira (11), de uma aula de campo para vivenciarem um pouco da história da presença do povo e da cultura negra em solo potiguar. A atividade integra o processo de formação continuada promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Natal.
De acordo com a assessora pedagógica da SME, a professora Maria do Socorro de Oliveira, um dos objetivos principais foi o de proporcionar o conhecimento da cultura afro, fazendo uma retrospectiva de como se estabeleceu ao longo da história a figura do povo negro e suas tradições no Brasil. “O conhecimento de nossas raízes étnicas e culturais é fundamental para a afirmação de nossa identidade brasileira”, destaca a professora que integra a equipe de formadores de Ensino Religioso da SME.
Na programação, uma visita ao Museu do Ferreiro Torto, no município de Macaíba, distante 14 Km de Natal, e que remonta a construção ao ano de 1614, quando era conhecido por Engenho Potengi. A história conta que forças holandesas atacaram o local por diversas vezes. O local foi destruído em combates e reconstruído em 1847.
Durante a visita, os professores foram recebidos pelo secretário municipal de Cultura de Macaíba, Marcelo Augusto Medeiros Bezerra, que relatou toda história local, destacando a presença negra no engenho e a religiosidade praticada pelos proprietários e também pelos negros escravos.
Depois do Museu do Ferreiro Torto, os professores conheceram a Comunidade Quilombola da Capoeira, distante 13 Km do Museu do Ferreiro Torto. O espaço é habitado por descendentes de escravos que fugiram ou foram alforriados pelos proprietários do Engenho do Ferreiro Torto, e estabeleceram moradia nas proximidades do rio Jundiaí.
A comunidade busca resgatar a identidade negra e toda herança africana com danças e tradições, embora, não exista mais na localidade, o culto das religiões afro-brasileiras, a comunidade figura como um espaço de resistência da presença negra no Rio Grande do Norte.
Atuando na Escola Municipal Professor Reginaldo Ferreira Neto, há cinco anos, a professora de Ensino Religioso, Maria Aparecida da Silva Albuquerque, destaca que a experiência foi de grande importância, para subsidiar na construção das aulas e discussões com os alunos. “No que diz respeito à diversidade religiosa e de etnia, é importante levar esse conhecimento para os alunos, para que eles aprendam e possam respeitar as diferenças e tenham uma visão das culturas de maneira diferente”.