Em uma época em que os municípios precisam se desdobrar para superar a crise econômica do Brasil, qualquer tipo de economia é bem-vinda, ainda mais quando a iniciativa acaba trazendo também uma otimização do serviço oferecido. E foi exatamente isso que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) fez.
Até abril de 2015, a logística e o armazenamento de medicamentos e insumos da rede municipal eram realizados por uma empresa terceirizada, contrato que tinha um custo mensal de R$ 283 mil. Com a necessidade de redução de gastos e a melhora na qualidade dos serviços prestados, a SMS resolveu não renovar o contrato. A partir de então, tudo o que era feito pela terceirizada passou a ficar de responsabilidade do Departamento de Logística e Suporte Imediato aos Serviços da Saúde (DLS) da SMS.
O DLS funciona em um prédio localizado no bairro de Igapó, zona Norte de Natal, em espaço total de 8.800 m² de área construída, sendo 4.800 m² de galpão para manter os materiais, 2.200 m² de docas e 1.800 m² de estacionamento.
Apesar de toda a estrutura, o valor economizado pela SMS apenas com a mudança é de mais de R$ 2,5 milhões por ano. “Saímos de um contrato de terceirização de R$ 283 mil para um custo mensal de cerca de R$ 70 mil, isso contando com o valor do aluguel do prédio e com os gastos com água e energia”, afirmou o diretor do DSL, Manoel Ludovico.
A melhoria da logística também foi outro ponto positivo na mudança. Agora, com todos os produtos em um mesmo local, o manejo e a distribuição para as unidades de saúde ficou mais eficiente. Atualmente o departamento dispõe de três caminhões, três carros e mais uma motocicleta. “Com essa estrutura, montamos um calendário mensal. Toda unidade de saúde sabe exatamente o dia que vai receber desde o sabão em pó, até os medicamentos. Fizemos essa distribuição de acordo com cada Distrito Sanitário. Isso também acaba gerando uma economia muito boa de tempo e combustível”, explicou Indyanara Altoé, diretora do Departamento de Assistência Farmacêutica, Diagnóstica e Incorporações de Novas Tecnologias (DAF), que funciona no prédio juntamente com o DLS.
O desperdício de material praticamente não existe mais por causa do controle de distribuição que é realizado no DLS. Se antes, com a empresa terceirizada, não se tinha a preocupação em saber a real necessidade de um pedido feito por uma unidade de saúde, hoje cada local recebe apenas aquilo que realmente precisa.
“Antes, se uma unidade pedisse 30 calculadoras, por exemplo, a empresa terceirizada mandava as 30 calculadoras, sem se preocupar se a unidade realmente precisava de todas as 30 ou estava apenas querendo fazer estoque. Isso acaba gerando um problema, pois muitas vezes as unidades que realmente precisavam de uma calculadora, acabavam ficando sem”, comentou Ludovico.
Agora, além de checarem com as unidades o motivo do pedido, as equipes do DLS E DAF visitam constantemente as unidades de saúde para conhecer de perto a realidade de cada uma. “Isso acaba nos proporcionando um melhor controle de todos os processos. Se sabemos a realidade de cada unidade, já temos como fazer um planejamento mais preciso todos os meses, pois temos ideia do que cada unidade normalmente precisa”, disse Indyanara.