Atualmente, a rede municipal de ensino de Natal, atende cerca de 1.400 alunos com algum tipo de deficiência. Para prestar um atendimento especializado, além de frequentar a sala de aula convencional, estes alunos frequentam no contraturno uma sala estruturada para oferecer instrumentos necessários ao processo ensino-aprendizagem, considerando a deficiência de cada um.

Esses espaços são denominados de “Salas de Recursos Multifuncionais” (SRM), integrando as atividades da Secretaria Municipal de Educação, por meio do Setor de Educação Especial. Em toda rede estão em funcionamento 45 salas de recursos multifuncionais, sendo 30 em tempo integral e 15 parcial. Para colocar em funcionamento as salas multifuncionais, 68 professores estão em permanente capacitação. Nesta sexta-feira (1º), está acontecendo durante todo o dia uma formação para os professores das SRM no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure).

De acordo com a chefe do Setor de Educação Especial da SME, Suedna Maria Varela de Lima, as Salas de Recursos Multifuncionais, são espaços físicos localizados nas escolas da rede onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado (AEE). As salas possuem mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos para o atendimento dos alunos que são público alvo da Educação Especial e que necessitam do atendimento especializado no contraturno escolar.

“A organização e a administração deste espaço são de responsabilidade da gestão escolar e o professor que atua neste serviço educacional deve ter formação para o exercício do magistério de nível básico e conhecimentos específicos de educação especial, adquiridos em cursos de aperfeiçoamento e de especialização. Buscamos por meio da SRM, promover ao aluno com deficiência, o acesso e as condições para uma educação de qualidade”, afirmou Suedna Varela.

Segundo a chefe do Setor de Educação Especial, o ensino oferecido no atendimento educacional especializado é necessariamente diferente do ensino escolar e não pode caracterizar-se como um espaço de reforço escolar ou complementação das atividades escolares. O público alvo são os alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e os com altas habilidades e superdotação.

O Setor de Educação Especial da SME, se responsabiliza com os assessoramentos nas unidades de ensino e com as formações continuada destinada aos professores que atuam na SRM. Essa formação ocorre mensalmente, a fim de formar o professor no seu turno de trabalho, contemplando as necessidades deste. Este ano, a formação acontece em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A professora Iara Souza, da Escola Municipal Professora Josefa Botelho, conta que atende 16 alunos na Sala de Recurso Multifuncional e vem realizando o trabalho há dois anos nesta sala. “A importância do professor da sala de recurso é fazer a articulação das atividades necessárias para os alunos que tem deficiência. Daí, eles vão apresentar a evolução no quadro da deficiência e também no processo de alfabetização. Percebemos inúmeros progressos, no campo educacional, na área física, na oralidade, no desenvolvimento cognitivo, pois são diversos progressos que podemos vivenciar junto ao aluno de acordo com cada deficiência”, afirmou Iara Souza.

A professora Flávia Cristina Lessa Machado, da Escola Municipal Ivonete Maciel, realiza o trabalho na sala de recurso há sete anos e também atende 16 alunos. “Existem vários progressos e o desenvolvimento vai depender de cada aluno. Em nível de inclusão social esse aluno se sente parte do processo educacional. As próprias crianças e os seus amigos sentem que esse aluno, que faz parte da sala de recurso, é importante dentro da escola. O aluno cresce em termos sociais, cognitivos, sensorial e psicomotor. O nosso maior desafio é que o professor que esteja em sala de aula regular, consiga perceber esses avanços e que o aluno com deficiência faz parte do processo de ensino-aprendizagem da escola”, declarou a professora Flávia.