A Secretaria Municipal de Saúde de Natal, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), do Departamento de Atenção Básica (DAB) e do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), reuniu na tarde desta segunda-feira (4) os diretores das unidades de saúde localizadas nos distritos sanitários Norte I e Norte II, para apresentar o perfil epidemiológico da zona Norte de Natal. Em 2015, a Zona Norte de Natal notificou 2.856 casos de dengue.

“Esses são dois distritos de maior importância do ponto de vista entomológico (quantidade do vetor) e epidemiológico (quantidade de casos) de Natal e precisamos intensificar as ações para diminuir o impacto nessa região. A ação que vamos realizar em Nossa Senhora da Apresentação, na próxima semana, queremos estendê-la para a zona Norte inteira”, afirma o chefe do Centro de Controle de Zoonoses, Alessandre Medeiros.

O Centro de Controle de Zoonoses apresentou os dados mais atualizados da dengue na região Norte da cidade. No Distrito Sanitário Norte I, até o momento, já foram notificados 1.285 casos, sendo 12 nos últimos 15 dias. No Distrito Sanitário Norte II, dois bairros estão em situação de epidemia: Igapó e Nossa Senhora da Apresentação. Até o momento foram notificados 1.571 casos de dengue no Distrito Norte II, sendo 85 nos últimos 15 dias.

Em Nossa Senhora da Apresentação foram 57 casos nas duas últimas semanas. Nesses dois bairros, o CCZ está com a força total de combate ao vetor com a utilização do carro fumacê, UBV portátil e visita dos agentes em todos os domicílios.
Alessandre Medeiros explica que a dinâmica do vetor e da população (deslocamento populacional) torna o trabalho de combate ao mosquito ainda mais difícil. No entanto, ele acredita que por meio do Vigiadengue é possível fazer uma vigilância entomológica forte e com isso antever o problema.

“Natal é referência nacional para monitoramento da dengue e outras arboviroses, por meio do Vigiadengue. Agora conseguimos identificar as áreas de risco e o momento mais oportuno para agir. O sistema integra a vigilância passiva (por meio das notificações) e a vigilância ativa e conseguimos agir antes que o problema se instale, pois conseguimos derrubar a transmissão”, explica Alessandre Medeiros.

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Juliana Araújo, reforçou a preocupação com a circulação do vírus zika, devido à sua associação com a microcefalia, bem como a chikungunya, que já casos suspeitos na zona Norte de Natal.
“A ocorrência da microcefalia preocupa bastante, por isso é importante intensificarmos as ações de prevenção para que se evite a ocorrência de novos casos. São riscos reais e concretos, em que a população tem que permanecer vigilante. Se tivermos uma epidemia de chikungunya serão aproximadamente 200 mil casos em Natal, o que significa um colapso na rede. É uma situação muito preocupante em decorrência da alta patogenicidade dessa doença e a alta taxa de ataque”, alerta a diretora do DVS.

A diretora do Departamento de Atenção Básica, Ana Paula Queiroz, conclamou as unidades de saúde a estarem atentas quanto ao preenchimento correto das fichas de notificação, para que possa orientar de forma mais eficaz o combate ao vetor. Ana Paula ainda destacou a importância dos profissionais de saúde se apoderarem das informações, a fim de acabar com os boatos e mitos que existem acerca do Aedes aegypti.

Força tarefa começa próxima semana
A primeira força-tarefa do município de combate ao mosquito será realizada na primeira quinzena de janeiro no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, na zona Norte de Natal, que hoje apresenta-se com um quadro de surto epidêmico de dengue. Nesta quinta-feira (7), integrantes do Gabinete de Gerenciamento de Crise se reúnem na sede do DVS, às 15h, para discutir as ações que serão realizadas em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), Serviços Urbanos (Semsur), Trabalho e Assistência Social (Semtas), Segurança Pública e Defesa Social (Semdes) e da Urbana.