O I Seminário de Educação de Jovens e Adultos: Olhares, Reflexões e Perspectivas, com a presença de 200 educadores da rede que atuam na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), teve início na noite desta quinta-feira, 27, no Centro Municipal de Referência em Educação. O evento segue com a programação nesta sexta-feira (28), com diálogos sobre temas pertinentes ao saberes e fazeres envolvidos na modalidade com palestras, mesa temática, exposição de trabalhos e apresentação de pesquisa.
A abertura do evento contou com a presença da secretária municipal de Educação, a professora Justina Iva, a secretária adjunta de Gestão Pedagógica, Judineide Domingos, da diretora do Departamento de Ensino Fundamental, Ednice Peixoto, da chefe do Setor de Educação de Jovens e Adultos, Edinara Silva, a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Fátima Cardoso e do professor da EJA da Escola Ulisses de Góis, Líceu de Carvalho. Na ocasião, o professor de artes, Cláudio Almeida apresentou a performance artística ‘O Corpo’, muito aplaudida pelos presentes.
A secretária de Educação de Natal, falou da importância da EJA para a educação e que é necessário pensar como estamos ofertando a EJA hoje. “Eu tenho certeza que com a participação de cada um dos presentes, nós vamos sair daqui com definições muito importantes, e debater sobre essa modalidade de blocos. Se é bom? Para quem? Pode ser melhor? Pode ser mudada? Vamos ousar, refletir sobre o que fazemos e sobretudo, como devemos fazer. Esse é o momento de pensarmos em propostas para aperfeiçoar esta oferta da EJA, na nossa rede escolar”, disse a professora Justina Iva.
A palestra da noite foi proferida pela professora doutora Maria Estela Campelo, com o tema: Educação de Jovens e Adultos: a que e a quem nos referimos quando falamos de EJA, o Brasil? Campelo, primeiramente norteou a discussão com as seguintes questões: A EJA, no Brasil está circunscrita a níveis da escolaridade do sistema educacional ou ultrapassa? A que nível da escolaridade nos referimos, quando falamos da EJA, no Brasil? No sentido da questão anterior, qual o público-alvo da EJA, no Brasil? Vivenciar níveis de escolaridade extemporânea – é ou não é - a marca comum do público-alvo da EJA, no Brasil? E mostrou ainda as indefinições acerca do nível de escolaridade; público alvo e âmbito de atuação da EJA. “A EJA precisa ser pensada como um modelo pedagógico próprio, a fim de criar situações pedagógicas e satisfazer necessidade de aprendizagem de jovens e adultos. A EJA não pode ser considerada como um processo inicial de alfabetização”, definiu Maria Estela.
A palestrante apresentou ainda as funções da EJA como Qualificadora, Equalizadora e Reparadora. “Como Qualificadora com perspectiva da educação permanente e não pode ficar restrita a alfabetização; Equalizadora com o princípio da igualdade, é o ponto de partida da EJA e Reparadora enfatiza a dívida social com as pessoas que não tiveram acesso a escolaridade”.
A segunda parte dos trabalhos contou com a apresentação da pesquisa realizada pelo Setor de Educação de Jovens e Adultos, pela diretora do DEF, Ednice Peixoto com um panorama da EJA em Natal no ano de 2014. Segundo a pesquisa, os profissionais priorizam o enfrentamento das dificuldades, a diversidade e a experiência de cada um; executam propostas que favorecem uma melhor aprendizagem e reduz a evasão. “Temos uma EJA cada vez mais jovem, e a opção por essa modalidade é devido à repetência, necessidade de trabalho ou de concluir o Ensino Fundamental em menos tempo”, informou Ednice.
A pesquisa apresentada pela diretora do DEF, concluiu que a EJA precisa aprimorar as formas de avaliação que mostram resultados positivos, criar estrutura para planejamento coletivo, analisar o caráter da terminalidade e repensar o currículo, ou seja adequar o conteúdo aos blocos.
A programação do seminário prossegue hoje, com apresentação do Coral da Escola Municipal Amadeu Araújo; mesa temática sobre ‘O que pensamos, o que estamos fazendo e como queremos a EJA em Natal’, com o professor doutor Walter Pinheiro Barbosa Junior, professor Alexander de Brito Barbosa (da E. M. Mario Lira), professora Ednara Silva (SEJA) e a professora Gelza Lúcia de Brito Souza (E. M. Francisca Ferreira). Na sequência, apresentação ‘Boi de Reis’, da E. M. Mario Lira e um debate.