A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) se prepara para pôr em prática o novo Protocolo Clínico e as Diretrizes Terapêuticas para a prevenção pós-exposição ao HIV unificada no Sistema Único de Saúde (SUS), publicado pelo Ministério da Saúde e que será disponibilizado a partir deste segundo semestre de 2015. Atualmente, a profilaxia pós-exposição (PEP) de relação consentida integra outros dois tipos de protocolo: de acidente ocupacional e de violência sexual.
Segundo a técnica responsável do Programa Municipal de DST/HIV/Aids e Hepatites Virais da SMS, Emily Miranda, a PEP e seu uso correto serão apresentados à rede pública de serviços de saúde que a oferecerão à população durante um seminário que está sendo elaborado pela pasta e previsto para a segunda quinzena de setembro. Neste mesmo período, deve ser realizado também um fórum, em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), para a ampliação da rede de serviços de referência.
“Em Natal, essa rede é composta pelas Unidades de Pronto Atendimento (Upas), hospitais e maternidades municipais, que farão o acolhimento aos pacientes até o início do próximo ano. Mas, a nossa expectativa é que essa rede seja ampliada durante esse processo de implantação, mas isso tudo está sendo bem planejado e será detalhado em setembro”, afirmou Emily.
Ela explicou também que a profilaxia pós-exposição é indicada nos casos de risco em que a pessoa tenha se exposto a uma situação de vulnerabilidade ao vírus HIV e é feita por meio do uso de quatro medicamentos antirretrovirais (tenofovir+lamivudina+atazanavir+ritonavir) em um período de 28 dias consecutivos, e que, pela nova PEP, a recomendação é que a medicação seja administrada nas primeiras duas horas e até o prazo máximo de 72h de exposição ao risco, para que tenha sucesso.
"PEP não é pílula do dia seguinte"
Emily Miranda alertou que é preciso que a população tenha consciência que o PEP não é semelhante a uma pílula do dia seguinte, como vem sendo propagado em veículos de comunicação no país. “Não podemos vê-lo dessa forma, porque não é apenas uma pílula do dia seguinte, mas sim uma forma de prevenção. É um tratamento longo, que de acordo com o Ministério da Saúde, um profissional de saúde avalia os riscos reais e analisa se a pessoa se encaixa no perfil para ser atendido dentro do protocolo, ou seja, não é qualquer pessoa que poderá usar o PEP”, falou.
A técnica responsável pelo Programa Municipal de DST/HIV/Aids falou ainda que a PEP existe desde 1990 e que originalmente atendia apenas aos profissionais de Saúde que sofriam acidentes de trabalho com materiais perfuro-cortantes com materiais contaminados ou possivelmente contaminados, de forma preventiva. Anos depois, foi ampliada para atender também pessoas em situação de violência sexual.
“Esse novo protocolo, além da PEP de acidente ocupacional e violência sexual, atende agora os grupos que não se encaixam em nenhuma das duas categorias, mas que se expõem também ao HIV, como profissionais do sexo e pessoas que se relacionam com indivíduos HIV positivo e que, ou não usem preservativos ou este tenha rasgado ou estourado durante uma relação sexual”, falou Emily Miranda.