Os dados da pesquisa divulgada recentemente pelo Ministério da Saúde, que mostrou 52% da população de Natal acima do peso ideal e 18% obesos, estão motivando a realização de ações de orientação e conscientização voltadas para a prevenção da obesidade entre crianças e adolescentes no município. Desenvolvidas em escolas e unidades de saúde, as ações incluem o acompanhamento nutricional e psicológico e conversas sobre a importância de se seguir uma alimentação balanceada e a prática de atividades físicas regulares.

Segundo a chefe do Setor de Promoção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Wanessa Lucena, as ações pontuais envolvem não apenas as crianças e adolescentes, que são abordadas sobretudo nas escolas públicas, dentro do Programa Saúde na Escola e em parceria com a Educação, mas também seus pais e responsáveis, nas unidades de saúde.

“Trabalhamos com a promoção à saúde, a prevenção, que é importante para se evitar que a obesidade se instale e traga com elas doenças que comprometem a qualidade de vida das crianças. Temos poucos relatos de casos de obesidade mórbida infantil em Natal e como as crianças são pessoas ainda em formação, o nosso foco é trabalhar a educação alimentar, para a busca de alimentos saudáveis e a prática de exercícios físicos, que são muito importantes para um crescimento saudável”, explica Wanessa Lucena.

A atenção é justificada pela possibilidade de surgimento de doenças antes tidas como de adultos, como hipertensão arterial e diabetes, por exemplo, em crianças cada vez menores. A alimentação inadequada, baseada cada vez mais na substituição da dieta brasileira tradicional (arroz, feijão, legumes, verduras e frutas) por comidas industrializadas, ricas em açúcar, gordura e sal, associada a um estilo de vida sedentário, em parte pelo uso exagerado de televisão, videogame e computadores, são os principais causadores do problema.
As crianças brincam cada vez menos exercitando o corpo, acomodam-se em casa, tornam-se sedentárias pouco a pouco, e acabam entrando na adolescência com a saúde já comprometida. “Por isso, esse apoio nutricional e psicológico é tão importante nesta fase da vida. É trabalhada ainda as orientações para uma alimentação saudável e exercícios”, ressalta Wanessa Lucena.

Obesidade é problema de Saúde Pública
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade infantil é hoje um dos problemas de saúde pública mais grave do século 21, principalmente nos países em desenvolvimento. Para ela, a obesidade tornou-se uma epidemia e a maior preocupação é que as crianças e adolescentes obesas tendem a desenvolver graves problemas de saúde, que repercutirão na vida adulta, com a tendência a se tornarem adultos obesos.

Na última quarta-feira (3), foi comemorado o Dia da Conscientização contra a Obesidade Mórbida Infantil, que tem crescido a um ritmo assustador nas últimas décadas no Brasil. E a prevenção é a melhor forma de combatê-la, mas para isso, é preciso incluir os pais e responsáveis, para que eles possam incentivar as crianças.