No oitavo encontro da Formação Continuada de professores de Matemática dos anos finais, promovida pelo Setor de Matemática do Departamento de Ensino Fundamental (DEF) da Secretaria Municipal de Educação (SME), aconteceu uma aula de campo nesta quarta-feira (29/10) na cidade de João Pessoa (PB). Com o objetivo de mudar hábitos e rotinas no fazer pedagógico contribuindo para reflexões e mudanças transformadoras no interior da escola, a aula especial reuniu 35 professores de Matemática para conhecer de perto a Estação Ciências de Cabo Branco.

A atividade didática serviu principalmente para ampliar os conhecimentos, observando os pontos positivos que determinará o trabalho em sala de aula e ainda os pontos negativos como tema que não contribuirá para a aprendizagem. “Nossa proposta é levar os professores para conhecer outros espaços para que o ambiente escolar se transforme. Sirva como uma troca de experiências e também para agregar valores às atividades do ensino junto aos alunos,” disse Lucinete Maria, assessora pedagógica do Setor de Matemática.

Fazer pedagógico que cada vez mais tem se adequado a realidade da sala de aula. “O fazer pedagógico de qualidade protocola os alunos, eleva sua autoestima, fazendo o próprio educando confiar em suas potencialidades e, apesar de muitos virem de uma realidade social cruel, somente por meio do trabalho desenvolvido pelo professor conseguem acreditar que é possível mudar sua qualidade de vida. O ensinamento que, na sua prática, busca a melhoria social e intelectual dos seus alunos contribui para que estes acreditem ser capazes de reescrever sua própria história”, menciona em artigo, Margarida Rosa Ferraz, Mestra em Ciências da Educação.

A Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada no dia 03 de julho de 2008. O complexo possui mais de 8.500m² de área construída no bairro do Altiplano Cabo Branco. A Estação tem a missão de levar cultura, arte, ciência e tecnologia à população de forma gratuita. “Rubem Grilo xilográfico” e “João Pessoa pelo seu olhar” foram as duas exposições visitadas pelos professores na Torre Mirante. O edifício está sobre um espelho d’água. Possui três andares. No primeiro pavimento um amplo espaço para exposições permanentes e temporárias. No segundo piso além do espaço permanente para exposições, dispõe de uma sala de audiovisual. E no terceiro andar o espaço panorâmico, também conhecido por mirante, onde o visitante tem uma visão da orla marítima da cidade de João Pessoa.

Os professores observaram primeiro “Rubem Grilo Xilográfico”, como é assim chamada, é uma mostra, que tem curadoria do próprio artista, um dos mais importantes xilogravadores brasileiros vivos, apresentando um passeio pelos trabalhos realizados nos últimos 30 anos, com foco na produção realizada desde 2005. A exposição apresenta 161 obras: 123 xilogravuras em diferentes formatos, seis matrizes e 32 trabalhos realizados com colagens e desenhos. Os desenhos e colagens, realizados entre 2009 a 2014, reúnem importante vertente do trabalho de Rubem Grilo presente na exposição. O artista nasceu em Pouso Alegre (MG), em 1946. Realizou suas primeiras xilogravuras em 1971. Ilustrou diversos jornais de 1973 a 1985, ano em que publicou o livro Grilo xilogravuras (Circo Editorial). Colaborou no semanário Opinião (1973/1975), no semanário Movimento (1975/1980), no suplemento dominical Folhetim, Folha de São Paulo (1980/1982) e nos fascículos Retrato do Brasil (1984/1985). Ilustrou, também, vários jornais: Pasquim, Versus, Jornal do Brasil, O Globo e outros. No momento, desde 2008, ilustra a crônica de Ferreira Gullar, na Ilustrada, edição de domingo da Folha de São Paulo.

A visita seguiu pela exposição “João Pessoa Pelo Seu Olhar” também no primeiro pavimento. No local estão expostas 40 fotos dos principais pontos turísticos da capital paraibana, além dos três naufrágios existentes na costa paraibana. Foram fotografados 33 pontos turísticos por vários fotógrafos amadores e profissionais. A observação didática também se estendeu para algumas obras permanentes como “Mulher – Objeto de Repouso”, seis esculturas do artista plástico Abelardo da Hora, nos jardins e espelho d’água da Torre Mirante que podem ser tocadas e proporcionam maior interação do público com a arte. As obras exploram a sensualidade feminina, feitas de bronze e concreto, as mulheres esculpidas pelo artista nesta fase se caracterizam pelo seu traçado sinuoso e extrema originalidade nas soluções de volumetria e forma. Outro ponto foi o painel “No Reinado do Sol”, no hall de entrada do auditório, obra de Flávio Tavares, que alude à história e à situação geográfica do Estado da Paraíba e de sua capital, evidenciando suas conquistas, formação étnica, elementos naturais e arquitetônicos. Estão representados também ilustres paraibanos como Ariano Suassuna, José Lins do Rêgo e o poeta Caixa D’Água. No alto da pintura, a mulher coroada de sol lembra que em João Pessoa, ponto mais oriental das Américas, o Sol nasce primeiro. A obra é uma pintura policromada a óleo, composta por cinco quadros justapostos, com dimensões idênticas que, ao todo, medem três metros de altura por nove metros de comprimento.

A educação ambiental também fez parte da aula de campo com uma visita ao Parque Zoobotânico Arruda Câmara, que é um jardim zoobotânico com área de 26,8 hectares, tombado pelo IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba) desde 26 de agosto de 1980. Popularmente chamado Bica, em virtude de uma fonte natural de água potável em seu centro, o Parque Arruda Câmara é um oásis no meio da cidade, pois se constitui em um verdadeiro santuário ecológico encravado no centro da capital paraibana. Coberto por resquício de Mata Atlântica, os professores vivenciaram a importância do ambiente exuberante da natureza, que abriga arvores centenárias e cerca de quinhentos animais de oitenta espécies, entre os quais macacos, aves de rapinas, capivaras, cobras, emas, marrecos, cotia, onça, elefante, leões, araras e jacarés.

A viagem foi bastante interessante para o professor Janeilson Felipe da Silva, da escola municipal Otto de Brito Guerra, onde leciona o 7º ano. “Tudo isso foi muito proveitoso e serviu para melhorar os conhecimentos e a interdisciplinaridade do dia-a-dia, compartilhando com os alunos todo esse aprendizado”, afirmou. A interdisciplinaridade está presente na educação desde que começou a ser aplicada na ciência. Com a ampliação da interdisciplinaridade na ciência, tem se desenvolvido novas práticas de pesquisa, muitas disciplinas que até então eram consideradas incomunicáveis, contemplando a distância entre seus objetos de estudo, estão sendo reunidas para dar respostas a novos problemas de pesquisa e a questões que uma única disciplina não é capaz de responder. Nesta formação de Matemática, cada professor fará um relato avaliatório desta experiência para que suscitem ideias para atuação no campo cientifico e se tornem uma prática para outros eventos escolares. Os assessores pedagógicos Sonnadhy Mildred, Jorge Luís e Vitor Mota acompanharam os professores na aula de campo.