Em tempo de Copa do Mundo, a expectativa de Natal receber milhares de turistas neste mês de junho, na condição de subsede, coincidiu com a reabertura do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, ocorrida na manhã desta quinta-feira (5), propiciando também o reinício das atividades do Memorial Natal. O espaço foi especialmente pensado para resgatar a memória da cidade, desde a sua ocupação pré-histórica até os limites da atual expansão urbana, o que certamente atrairá as atenções dos visitantes, além dos natalenses.

Instalado no mirante da torre central do Parque da Cidade, situado à avenida Prefeito Omar O’Grady, nº 8080, em Candelária, o Memorial tem projeto assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer e missão de preservar e divulgar a história de Natal, e seus múltiplos ciclos de evolução, abertos à contemplação, ao exame e ao estudo dos saberes e fazeres, os costumes e as artes da nossa gente. A proposta conceitual vai além do simples olhar contemplativo, e instiga a mais viva interação dos visitantes.

O Memorial Natal é uma unidade museal criada pela Lei nº 5786/07, de 17 de maio de 2007. Sua finalidade é preservar, comunicar e divulgar a história da Cidade do Natal. Nesta remontagem, o Memorial apresenta a exposição ‘Natal iluminada de Sol’, distribuída em sete documentários. O primeiro, com 15 minutos, denominado de ‘Natal Cidade do Sol’, trata-se de uma apresentação da cidade ao público, abrangendo informações de cerca de 10.500 anos atrás.
Refere-se à constituição do solo, da fauna, da flora e dos primeiros povos que habitaram este solo, hoje denominado territorialmente de Natal. O documento focaliza, ainda, a chegada dos europeus, sua posse, defesa e colonização, bem como todo o processo do despertar da cidade nas primeiras décadas do século XX. Outros seis minidocumentários, com uma duração, em média, de sete minutos, ampliam as informações, como o vídeo ‘Cronistas e viajantes: o olhar do outro’, que aborda as primeiras impressões dos europeus sobre o espaço e a construção da Cidade.

Em contraponto, ‘O olhar do natalense’ focaliza as impressões que o próprio povo da Cidade tem a respeito do espaço urbanístico no qual vive. Já os vídeos ‘ Contato com outros povos’ e ‘ Comunicação com outros lugares’ estabelecem as relações entre a cidade e outras geografias. ‘Sobreviver na Cidade’ apresenta a dura realidade vivida pelos primeiros habitantes, mostrando a sua sobrevivência e as preocupações por parte das autoridades governamentais. Em ‘Casa dos homens, casa de Deus: espaço de vida e de morte’, mostra-se a correlação feita pelos moradores entre a vida cotidiana e o espaço sagrado, com suas práticas religiosas.

Quatro totens multimídia acrescentam informações aos documentários, enfocando quatro temas. O sobre arqueologia, denominado de ‘O espaço natural e a ocupação humana’, apresenta uma ampla documentação acerca do solo potiguar no período pré-histórico. ‘Origens e fundamentos de Natal’ aborda as questões relacionadas com o período colonial e faz uma larga leitura desde a chegada das ‘casas flutuantes’ em nosso território até o século XIX. Mais dois totens tratam das transformações vivenciadas pelos potiguares a partir do século XIX até os dias de hoje. Neles, temos ‘O despertar da Cidade’ e ‘Natal na era das máquinas’.

Quatro painéis abordando os períodos já referenciados incrementam o quadro de informações da história da Cidade e da evolução construtiva pela qual Natal tem passado. Objetos representativos e ícones complementam e ilustram as informações sobre a formação histórica e cultural da nossa cidade.
Museu de Cultura Popular
Quem quiser conhecer mais a fundo a cultura popular do Rio Grande do Norte deve visitar também o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, localizado na praça Augusto Severo, na Ribeira. O espaço é um espelho dos costumes e tradições do Estado. Uma instalação didática e interativa, com painéis fotográficos, totens multimídia, documentários, textos e imagens fornecem a experiência de vivenciar a alma potiguar.

Inaugurado em 22 de agosto de 2008, Dia do Folclore, num espaço de 350 metros quadrados, o Museu apresenta mais de 2.000 peças, que integram a exposição permanente ‘Atos de Memória: tradição e cultura do povo potiguar’, mostrando cores, formas, rimas e ritmos criados a partir da inspiração dos artistas da terra.

O visitante também vai poder apreciar as exposições ‘Folguedos e danças tradicionais do Rio Grande do Norte’, O mundo mágico do João Redondo’, ‘Arte e religiosidade do povo potiguar’ e ‘Saberes e fazeres do homem potiguar’. Ainda pode acessar os "totens eletrônicos", que possibilitam conhecer em textos, fotos e vídeos um pouco da vida e obra dos artistas populares potiguares. Além disso, há três grandes telões instalados em salas especiais que exibem mais de 200 horas de vídeos de forma continua. O Museu também dispõe de espaço para exposições temporárias. Fica aberto durante todo o dia.