O auditório do CTGás foi palco do seminário “Indicadores socioeconômicos na gestão pública” promovido pela Prefeitura do Natal. O evento que aconteceu na manha desta sexta-feira (15) marca o lançamento do “Anuário Natal 2011/2012”, publicação editada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) e que traz
informações técnicas, dados estatísticos e demográficos atualizados sobre a nossa cidade. Além da história dos bairros de Natal com a visão dos aspectos sociais, históricos e ambientais.
O seminário foi aberto pelo secretário da Semurb, Bosco Afonso, que destacou a satisfação que é para a secretaria lançar um livro tão importante, “o Anuário é um instrumento que vai contribuir para vários estudos que ainda serão elaborados por administradores públicos, estudantes, professores, técnicos, enfim, para o cidadão que deseja conhecer mais a nossa cidade”, diz.
Ele ressalta também que “produzir informações, proporcionar a sua disseminação, contribuir para a conscientização ambiental e estimular o senso critico das pessoas através de materiais como este é um dever institucional. Parabenizo a toda equipe técnica que participou da elaboração deste livro tão rico e consistente”, finaliza.
Antes do lançamento oficial do livro o engenheiro civil da Semurb e especialista em Cartografia Digital e Geoprocessamento, Fernando Medeiros, que integra a equipe que elaborou o “Anuário Natal 2011/2012” contou um pouco sobre as novidades da publicação este ano e fez breves considerações sobre o trabalho de elaboração.
“A edição atual conta com 400 páginas e contém 72 mapas, 537 gráficos mais de 200 imagens e segue uma lógica especial que começa pelos aspectos humanos e sociais para depois se aprofundar nos dados estáticos. Procuramos estimular ao leitor se aprofundar pela história de Natal, seu patrimônio histórico e cultural e depois partir para os números”, pontua.
A novidade este ano são as últimas informações do Censo 2010. O livro traz 14 capítulos com aspectos da história e cultura da cidade e também de cada um dos seus bairros, os símbolos oficiais, as manifestações culturais e o calendário histórico-cultural com as datas importantes para a cidade.
Além dos dados básicos do município como suas regiões administrativas, limites geográficos e demografia. As questões de infraestrutura como saneamento, limpeza pública, transporte, equipamentos urbanos, habitação e situação fundiária. Como também aspectos econômicos, turísticos, representação política entre outros.
Palestras
A primeira palestra foi ministrada pelo professor doutor em Arquitetura e Urbanismo da UFRN, com ênfase em Planejamento Urbano, Alexsandro Ferreira, que tratou sobre “Informação e o conhecimento na melhoria do planejamento e gestão urbana nas cidades: articulações com a pesquisa universitária e a tomada de decisões compartilhadas”.
Na sua intervenção o professor ressaltou a importância do que ele chama de “Pedagogia Urbana”, ou seja, como precisamos conhecer nossa cidade. A estratégia de aproximar a pesquisa acadêmica, setores técnicos e a comunidade medidas pela informação e conhecimento para que cada cidadão conheça seus direitos e deveres.
“Ao debatermos sobre os problemas urbanos temos em mente diferentes modelos, sonhos ou desejos sobre a cidade que queremos. Existe a cidade dos técnicos, dos moradores, dos incorporadores imobiliários. E devem ser da reunião das diversas cidades, dos conflitos, dos desejos coletivos e da participação da comunidade, que serão apontados os problemas urbanos e passam a ser construídas as soluções”, ressalta.
Ele falou também sobre a recente Lei de Acesso a Informação Pública, destacando que é importante ter estes dados, mas é preciso que a sociedade saiba como interpretá-los em seu benefício. “Então como a informação e o conhecimento se tornam importantes nisso? É preciso conhecer a cidade que temos e informar com transparência, usar a pedagogia urbana e debater amplamente com a sociedade” e “A universidade pode ajudar nesse processo por meio do ensino, da
pesquisa principalmente da extensão que são ações diretas nas comunidades”, acrescenta.
Em seguida o economista do IBGE, José Aldemir Freire falou sobre o “Crescimento demográfico e metropolização de Natal” fazendo um mapeamento da cidade e região metropolitana em dados números estatísticos relacionados ao Produto Interno Bruto (PIB) e Demografia.
“A região metropolitana caminha, do ponto de vista econômico, para uma crescente integração, e estamos também nos consolidando como espaço metropolitano do ponto de vista demográfico seguindo a tendência nacional de uma população progressivamente mais idosa”, explica. “Nos próximos 20 anos serão aproximadamente 280 mil pessoas a mais e o principal pólo de crescimento será nas cidades do chamado colar metropolitano: Paranamirm, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Extremoz”, revela o economista.
José Aldemir falou ainda sobre alguns desafios que serão enfrentados na gestão territorial com os Planos Diretores Municipais e Plano Diretor Metropolitano, Mobilidade Urbana, Saneamento Básico, Desenvolvimento integrado, Habitação e Arranjo Institucional da Região Metropolitana.