O projeto “Mulheres: mãos que constroem” entra na reta final com a formação de mais nove turmas nas modalidades de eletricista, encanadora predial, pintora de obra e pedreira de revestimento em argamassa e cerâmica. Realizado pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul) em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), o projeto soma um total de 48 turmas (720 mulheres) formadas e preparadas para a inserção no mercado de trabalho no RN. A entrega dos certificados desta terceira e última etapa está marcada para o dia 19 de agosto.

Enquanto isso, as alunas que estão em aula se empenham para dominar o ofício que escolheram: elas estão na fase das lições práticas, às voltas com os instrumentos de trabalho e, literalmente, com a mão na massa. Antes, porém de chegar nesta etapa, tiveram aula sobre gênero, participação, organização, violência contra a mulher e inserção no mercado de trabalho; na segunda fase os instrutores da FCDL, responsável pelo processo ensino-aprendizagem, abordaram a teoria das áreas em que as mulheres vão atuar.

Para conseguir mobilizar as mulheres nas quatro regiões da capital para aderir ao Projeto, a Semul contou com a parceria de entidades como escolas, igrejas católicas e evangélicas, conselhos comunitários e até centros de religião de matriz africana. Um dos parceiros do Projeto é o Movimento Mulheres de Axé, que, literalmente, abriu espaço em um Terreiro de Candomblé para abrigar uma turma de eletricistas, curiosamente, uma das que menos registraram evasão, graças ao empenho da instituição em mobilizar e manter o interesse das mulheres da comunidade.

“Devido o projeto ter como característica a profissionalização de mulheres, é muito enriquecedor que os mais diversos movimentos e instituições possam interagir na abordagem de ensinamentos sobre uma sociedade mais igualitária, justa e participativa para com os direitos da mulher”, reflete Ana Cláudia Mendes, coordenadora do Projeto.

As primeiras turmas formadas já tiveram o banco de dados envido pela Semul para o Sinduscon, para que as construtoras aproveitem essa mão de obra disponível agora no mercado. As secretarias municipais que trabalham com obras também receberam o banco de dados, de modo que possam cumprir a Lei Municipal 330/2011, que prevê uma cota de 10% de mão de obra feminina nas obras públicas municipais.